CHEGA ! ESTOU CANSADO!
Escrevo essa matéria como um desabafo para que possamos refletir sobre o que vem acontecendo no meio da Igreja. Vivemos um período que, particularmente chamo de pós-reforma. Embora tenha se passado mais de 500 anos desde a reforma, algumas coisas dignas de indignação acontecem nesses últimos dias. Tudo se tornou gospel, virou febre. Como conseqüência, a fé bíblica-cristã tem sido comercializada de modo escandaloso, tudo em nome da espiritualidade. Em nome de Deus, a música e a adoração passaram a ser vendidas como um produto qualquer em nossos templos. Cantores e cantoras, em nome do ministério, estipulam valores altíssimos, para adorar aquele que é digno de todo louvor. Há ainda aqueles mais ousados, que colocam cláusulas no contrato, quanto à quantidade e valores. Infelizmente alguns cobram até mais caro quando o hino é lançamento. E por que não falar dos pregadores, que também estipulam valor aquilo que receberam de graça, que foi o dom dado por Deus para levaram a palavra. Outros, que tem mais poder em suas mãos, vendem campos que estavam sob seu domínio ou repartem entre os preferidos, escolhendo a liderança, que deveria ser estabelecida pelo Senhor.
Estamos cansados dessa história de Gospel! Chega do mercantilismo evangélico, da prosperidade desprovida da ética, bem como dos profetas mercadores dessa geração. Que saudade da boa música, ministrada, cantada com unção, cujo interesse era simplesmente engrandecer o nome de Deus! Que saudade, do louvor apaixonado, que brotava do peito dos adoradores como um grito de paixão e amor. Cadê os momentos maravilhosos onde a igreja prostrava-se em adoração ao Senhor da vida, cantando músicas cujas letras e melodia eram irrepreensíveis?
Mas, o que mais chama atenção, é que mesmo diante de tantas aberrações, alguns continuam advogando a causa de que estamos vivendo momentos de um genuíno avivamento. Como seria isso possível, se avivamento quer dizer tornar vivo? Que avivamento é esse, que não produz frutos de arrependimento, que não muda o comportamento do crente, que não converte o coração do marido à esposa e vice-versa? Que avivamento é esse que dicotomiza a relação entre pais e filhos, que faz a ética tornar-se relativa e que comercializa de modo adoecedor a glória de Deus?
Ora, alguma precisa ser feita, os valores do reino de Deus precisam ser resgatados, chega da fé mercantilista, chega da "gospelização" da vida!
Mais do que nunca é imprescindível que reflitamos à luz da história sobre o significado e importância da Reforma. Os conceitos pregados pelos reformadores precisam ser resgatados e proclamados o mais alto que pudermos, até porque, somente agindo desta forma poderemos sair deste momento preocupante e patológico da igreja brasileira. Será que não é necessária uma nova reforma? Reflita.
Elizeu Lima
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