OS TEMPLOS RELIGIOSOS E A RESPONSABILIDADE COM A SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÃNICO


A cada acidente de grande repercussão que ocorre no país, se levanta uma discussão sobre de quem é a responsabilidade. Na década de 70 onde ocorreram grandes acidentes  de incêndios no Brasil, como Edifício Joelma, Andraus e tantos outros. Agora, mais recente, a tragédia na boate Kiss em Santa Maria no Rio Grande do Sul  que levou ao óbito de forma absurda a vida de 242 jovens, a maioria universitários reacendeu a discussão, sem falar do acidente ocorrido a poucos dias em São Paulo no Edifício Wilton Paes de Almeida,onde um prédio ocupado por movimentos sociais, acabou vindo ao chão. O que nos deixa estarrecido é o fato de muitas autoridades saberem do problema, e quando ocorre tentam através de argumentos justificar o injustificável, transferindo o problema para outros. Algumas autoridades vivem a síndrome do Eden: quem comeu o fruto foi Adão, foi Eva, foi a serpente, estabelecendo-se o jogo da culpa. Até quando vamos ficar jogando esse jogo? Mas não quero só focar nas questões políticas.
Falemos de templos religiosos. Muitos líderes, pelo desafio de crescimento do número de membros de sua comunidade, fazem construções sem planejamento técnico ou se instalam em salões, garagens, galpões e locais adaptados, porém sem a menor preocupação com a segurança dos membros que ali se reúnem. Esses locais possuem portas estreitas, espaços apertados entre os bancos, ausência de saída laterais, falta de extintores, hidrantes, decorações inflamáveis; escadas mal construídas, dificultando o acesso de pessoas com algum tipo deficiência ou doença,  fora do padrões exigidos pelo Corpo de Bombeiros, sem contar a ausência de rampas ou quando existem, são inadequadas.
Quanto aos templos antigos, construídos numa época onde essas preocupações não eram levadas em consideração, percebemos a necessidade de readequação às exigências atuais. Quero incluir nesta categoria, alguns templos tombados pelo patrimônio público, que muito orgulham a história de algumas denominações. O líder religioso deve levar o povo ao entendimento, para agir dentro do rigor da letra da lei que não isenta o líder das suas responsabilidades em caso de acidentes dessa natureza. Pastor, padre, rabino, outros líderes são responsável pelo bem-estar daqueles que frequentam os cultos, missa, ele não deve ser omisso. A obediência as leis não deve ser tratada como assunto de governo administrativo eclesiástico, mas cumprido. Isso sem falar dos eventos organizados com público acima do limite permitido, sem brigadistas, bombeiros civis, sem os profissionais de saúde de acordo com a legislação estadual. Infelizmente, muitos pensam apenas em postar seus eventos em rede sociais para granjear popularidade.
A maioria das pessoas são reativas; esperam a tragédia acontecer, para depois atender as exigências que deveriam ter sido providenciadas antes dos eventos trágicos. Podemos começar, tomando a decisão das organizações religiosas às normas de segurança estabelecida pela legislação; para isso, consulte profissionais do ramo de engenharia, arquitetura, e segurança do trabalho e siga as orientações do Corpo de Bombeiros de seu estado. A prudência indica essa direção. Espera-se uma mudança de atitude nesta área, que contribuirá para evitar o acontecimento de tragédias semelhantes nas comunidades religiosas.
Hoje, os donos da boate Kiss são acusados pelo que deixaram de fazer; mas amanhã o acusado poderá ser o pastor, o padre ou líder de comunidades que não atendem o padrão de segurança exigido. Será que teremos que esperar outra tragédia como essa em nossos templos para aprendermos a lição de como não fazer? Basta de mortes pela irresponsabilidade, omissão ou postergação de atos que deveriam ter sido tomados por alguém que tem uma responsabilidade a cumprir e deixa a desejar. Que acidentes semelhantes a esse nunca mais aconteçam e que os culpados sejam julgados e condenados segundo a lei, independente de qual cargo ocupam dentro da comunidade em que estão inseridos.
As famílias das vítimas de acidentes estão sofrendo! Esses acidentes chocam e ao mesmo tempo despertam a solidariedade das pessoas, que passam a ajudar, porém, a dor do enlutado, somente Deus pode consolar. Para finalizar, gostaria de ressaltar que Deus não tem nenhuma responsabilidade com nossas irresponsabilidades. Não adianta culparmos Deus pela tragédia, quando ela poderia ter sido evitada com simples atitudes.
 Pense! Acidentes acontecem onde a prevenção falha.

 Elizeu Lima

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